Assessores do governo federal avaliam que as revelações sobre fraudes em aposentadorias e pensões do INSS causaram desgaste, mas acreditam ser possível reverter a situação. A estratégia inclui destacar que os desvios começaram na gestão anterior e que as investigações foram iniciadas pela atual administração. O ministro da Previdência participará de uma audiência pública para defender a gestão, enfatizando que as associações investigadas firmaram acordos com o INSS em 2019.
A operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal, apura um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Foram cumpridos mandados em 13 estados, com afastamentos de cargos e apreensão de bens. Auditorias revelaram que 70% das entidades analisadas não cumpriam os requisitos, e muitos beneficiários não autorizaram os descontos. Os crimes investigados incluem corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
O governo orienta os beneficiários a verificar seus extratos e solicitar a exclusão de descontos indevidos pelo aplicativo Meu INSS. Enquanto isso, a administração evita campanhas institucionais sobre o caso, e o presidente não deve abordar o tema em seu próximo pronunciamento. A permanência do ministro da Previdência no cargo é considerada crucial para manter alianças políticas, mas sua situação ainda preocupa devido ao atraso na ação contra as irregularidades.