Um fóssil de formiga com aproximadamente 113 milhões de anos foi encontrado na Bacia do Araripe, no Ceará, tornando-se o registro mais antigo desses insetos já identificado pela ciência. A espécie, batizada de *Vulcanidris cratensis*, pertence à subfamília Haidomyrmecinae, conhecida como “formigas-do-inferno”, que viveu exclusivamente no período Cretáceo. Preservada na Formação Crato, a descoberta supera em 13 milhões de anos os fósseis de formigas mais antigos conhecidos anteriormente, encontrados na França e em Mianmar.
A pesquisa, publicada na revista *Current Biology*, revelou que o exemplar era uma fêmea de 1,35 cm, com mandíbulas em forma de foice, provavelmente usadas para capturar presas. A análise por tomografia computadorizada permitiu detalhar sua anatomia, levantando questões sobre a evolução e adaptação desses insetos. O nome da espécie homenageia a Formação Crato e a família Vulcano, que doou fósseis ao Museu de Zoologia da USP, onde o exemplar está armazenado.
A Bacia do Araripe é reconhecida mundialmente por sua riqueza paleontológica, com mais de 600 espécies de insetos já identificadas. A região, que abriga o Geopark Araripe, destaca-se pela preservação excepcional de fósseis, graças às condições geológicas únicas que impediram a decomposição por microrganismos. A descoberta reforça a importância do local para estudos sobre a biodiversidade pré-histórica e a evolução da vida na Terra.