O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para um agravamento da situação fiscal do Brasil, com a dívida pública em relação ao PIB subindo de 87,3% em 2024 para 92% em 2025. Segundo o relatório Monitor Fiscal, divulgado durante as Reuniões de Primavera em Washington, a trajetória de endividamento pode levar o país a patamares próximos aos da pandemia, quando a dívida atingiu 96% do PIB. Caso nenhuma medida adicional seja tomada, a projeção indica que a relação dívida/PIB pode chegar a 99,4% em 2029, estabilizando apenas no ano seguinte.
O FMI destacou que o Brasil está ficando mais distante de outros países emergentes, cuja média de endividamento em relação ao PIB é projetada em 73,8% este ano. Enquanto isso, o governo atribui o aumento da dívida aos juros elevados, mas economistas argumentam que a gestão fiscal também é responsável. O relatório ainda aponta que grandes economias, incluindo Brasil, China e Estados Unidos, são as principais responsáveis pelo crescimento da dívida pública global, que pode atingir quase 100% em 2030.
Diante desse cenário, o FMI recomenda que os governos adotem medidas para equilibrar as contas públicas, especialmente em um contexto de incertezas econômicas e políticas. O órgão ressalta que a dívida bruta em relação ao PIB é um indicador crítico de solvência, monitorado de perto por agências de risco e investidores. A metodologia do FMI difere da adotada pelo Brasil, pois inclui títulos do Tesouro mantidos pelo Banco Central, o que amplia a comparação internacional.