O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou que a Europa enfrentará choques econômicos persistentes, parte de uma mudança estrutural inevitável. Durante coletiva, Alfred Kammer, diretor do Departamento Europeu da instituição, defendeu reformas para tornar o ambiente mais dinâmico e integrado, com redução de barreiras comerciais e maior investimento em infraestrutura e defesa. O aumento de acordos comerciais, como as negociações com o Mercosul, foi apontado como crucial para fortalecer a resiliência econômica da zona do euro.
A vice-diretora Oya Celasun ressaltou que gastos públicos em infraestrutura e defesa são essenciais para impulsionar o crescimento do PIB europeu, embora o progresso deva ser gradual. A Alemanha, com espaço fiscal favorável, tem condições de liderar esse processo e aprofundar a integração regulatória na UE. O FMI projeta que o déficit fiscal atinja seu pico em 2026, mas a inflação deve retornar sustentavelmente à meta de 2% em 2025, com juros caindo gradualmente.
Kammer também abordou a volatilidade do euro, rejeitando a ideia de que a moeda não é competitiva, mas destacando a necessidade de avanços tecnológicos e reformas no mercado de trabalho. Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, o FMI prevê enfraquecimento econômico para ambos os países, com a Rússia permanecendo isolada mesmo em caso de paz. A Ucrânia, por sua vez, precisará se preparar para um longo período de reconstrução.