O diretor do Hemisfério Ocidental do FMI, Rodrigo Valdés, destacou que o Brasil enfrenta um significativo desafio fiscal, com a dívida pública em relação ao PIB projetada para subir de 87,3% em 2024 para 92% neste ano. O Fundo estima que, ao final do governo atual, o endividamento pode atingir 96% em 2026, o nível mais alto desde 2020. Valdés ressaltou a importância de novas medidas para conter o crescimento da dívida e o cumprimento da meta de superávit primário em 2024, além de elogiar a política monetária rigorosa do Banco Central para controlar a inflação.
O FMI revisou suas projeções de crescimento para o Brasil, esperando uma desaceleração em 2025, com o PIB avançando apenas 2%, abaixo da estimativa anterior. Valdés atribuiu o cenário a políticas econômicas mais rígidas, consideradas necessárias para a estabilidade fiscal. Em contraste, a economia brasileira cresceu 3,4% em 2023, mas o ambiente global, incluindo os efeitos da guerra comercial, tem impactado as projeções para diversos países, com resultados heterogêneos na América Latina.
Enquanto México pode enfrentar uma recessão em 2024, Argentina e Equador têm perspectivas de recuperação econômica. O FMI alertou que muitos países retornarão a níveis de endividamento similares aos do pico da pandemia, reforçando a necessidade de políticas fiscais prudentes. As declarações foram feitas durante entrevista coletiva, com base em análises do cenário macroeconômico global e regional.