O Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou preocupação com a trajetória fiscal do Brasil, projetando que a dívida pública em relação ao PIB pode atingir 92% em 2024, aproximando-se dos níveis críticos observados durante a pandemia de covid-19. Segundo o relatório Monitor Fiscal, divulgado durante as Reuniões de Primavera em Washington, a dívida deve continuar crescendo, chegando a 96% em 2026 e 99,4% em 2029, caso nenhuma medida adicional seja adotada. O cenário reflete um aumento significativo em relação ao final de 2022, quando o indicador estava em 83,9%.
O FMI destaca que o Brasil está ficando para trás em relação a outros países emergentes, cuja média de endividamento é projetada em 73,8% em 2024. Enquanto isso, o governo atribui o aumento da dívida aos juros elevados, mas economistas argumentam que a responsabilidade fiscal cabe ao Executivo, não ao Banco Central. O relatório também alerta para o crescimento da dívida pública global, que deve ultrapassar 95% este ano e se aproximar de 100% até 2030, com grandes economias como Brasil, China e EUA entre os principais contribuintes para esse cenário.
Diante de um ambiente econômico incerto e pressões inflacionárias, o FMI recomenda que os governos adotem medidas para equilibrar as contas públicas, evitando dependência excessiva de endividamento. O Brasil, em particular, enfrenta o desafio de reverter essa tendência sem comprometer o crescimento econômico, enquanto investidores e agências de risco monitoram de perto os indicadores de solvência do país.