A fiscalização eletrônica retornou às ruas de Goiânia com equipamentos de última geração, incluindo câmeras inteligentes que multam em tempo real infrações como uso de celular ao volante, avanço de sinal vermelho e falta de cinto de segurança. O novo sistema, operado pelo Centro de Controle Operacional da Prefeitura, promete aumentar a segurança viária, mas também reacende discussões sobre privacidade. Especialistas destacam que a medida busca fazer cumprir regras já existentes, embora preocupações surjam quanto à distinção entre motoristas profissionais e particulares, especialmente no caso de aplicativos.
Além de coibir infrações, as câmeras de alta definição permitem uma visão ampla do trânsito, beneficiando pedestres e ciclistas ao combater estacionamentos irregulares. No entanto, questiona-se se a tecnologia poderia ser usada para otimizar a mobilidade urbana, como na sincronização de semáforos. A professora Patrícia Margon, especialista em mobilidade, pondera que investimentos em sincronização teriam impacto limitado em Goiânia, dada a predominância do transporte individual e a extensão da malha urbana. Ela também critica a idealização da “onda verde”, destacando que a solução para o trânsito requer mudanças culturais e melhorias no transporte público.
O secretário de Engenharia de Trânsito reforça que o sistema vai além do controle de velocidade, ajudando na identificação de veículos com mandados de busca e apreensão. Apesar dos benefícios, o advogado Rafael Maciel alerta para a necessidade de transparência na coleta e armazenamento de dados, garantindo a privacidade dos cidadãos. Com 12 câmeras já em operação e a meta de chegar a 100, a prefeitura afirma que o objetivo não é punir, mas conscientizar os motoristas para um trânsito mais seguro, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.