A Instituição Fiscal Independente (IFI) avalia que o governo federal tem condições de cumprir a meta de déficit primário zero em 2025, desde que sejam abatidas despesas extraordinárias, como precatórios e outros gastos previstos em lei. No entanto, o relatório alerta que o cenário para 2026 é mais desafiador, com projeção de um déficit de R$ 128 bilhões (0,95% do PIB), distante da meta de superávit de 0,25%. Para reverter essa situação, seria necessário um ajuste fiscal de aproximadamente R$ 72,3 bilhões, o que exigirá aumento de receitas ou cortes significativos.
O documento destaca que a rigidez orçamentária e fatores externos, como atividade econômica e inflação moderadas, podem limitar a arrecadação e reduzir a margem de manobra do governo. Além disso, a volta do pagamento integral de precatórios às regras fiscais em 2027 pressionará ainda mais as contas públicas, já que esses gastos deixarão de ser excluídos do cálculo do resultado primário. A IFI ressalta que, sem revisão nas despesas obrigatórias ou novas fontes de receita, o equilíbrio fiscal no médio prazo ficará comprometido.
O relatório reforça a necessidade de esforços contínuos para garantir a sustentabilidade das contas públicas, especialmente diante de um orçamento restritivo e da crescente demanda por políticas essenciais. Enquanto 2025 parece viável, 2026 exigirá medidas mais robustas para evitar o estrangulamento fiscal e manter a credibilidade das metas estabelecidas.