A Finlândia tem chamado a atenção de aliados europeus por sua rede de abrigos subterrâneos multifuncionais, que servem tanto para lazer quanto para proteção em caso de conflitos. Um exemplo é o complexo aquático Itakeskus, em Helsinque, que pode ser transformado em um abrigo antiaéreo em 72 horas. Com capacidade para 3.800 pessoas, o local é parte dos 50.500 abrigos do país, preparados para resistir a explosões, radiação e substâncias tóxicas, além de abrigar 4,8 milhões dos 5,6 milhões de habitantes do país.
A estratégia finlandesa de segurança, que inclui investimentos militares de longo prazo e preparação civil, ganhou relevância após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Outros espaços, como o refúgio Merihaka, no centro da capital, abrigam quadras esportivas e playgrounds subterrâneos, mantidos em uso constante para garantir sua funcionalidade. Segundo especialistas, essa mentalidade de envolver toda a sociedade na defesa nacional tornou-se uma marca do país desde sua entrada na Otan em 2023.
Com uma tradição de neutralidade e uma posição geográfica delicada, a Finlândia mantém uma estrutura robusta de defesa, incluindo serviço militar obrigatório para homens e voluntário para mulheres, além de um plano para aumentar gastos com defesa para 3% do PIB até 2029. O modelo finlandês, compartilhado por países como Suíça e Israel, demonstra como infraestruturas civis podem ser adaptadas para crises, equilibrando vida cotidiana e preparação para emergências.