A COP30, que será sediada pelo Brasil em Belém (PA) em novembro de 2025, tem como um de seus maiores desafios o financiamento climático. Na COP29, realizada no Azerbaijão, os países desenvolvidos concordaram em aportar US$ 300 bilhões anuais até 2035 para nações mais pobres, valor considerado insuficiente diante da necessidade real de US$ 1,3 trilhão. Especialistas apontam frustração com os resultados das COPs, já que os acordos finais costumam ficar abaixo do necessário, além de enfrentarem entraves como disputas sobre quem deve pagar a conta e a falta de mecanismos transparentes para fiscalização.
Outro ponto crítico é a destinação dos recursos, com apenas 10% do financiamento global sendo direcionado à adaptação climática, área crucial para países em desenvolvimento. Enquanto mitigação (redução de emissões) recebe a maior parte dos fundos, nações vulneráveis demandam mais apoio para lidar com impactos já existentes. Além disso, há discussões sobre a inclusão de grandes emissores em desenvolvimento, como China e países do Golfo Pérsico, nas contribuições obrigatórias, o que gera tensão nas negociações.
O Brasil, no entanto, chega à COP30 com vantagens diplomáticas, como experiência no G20 e a existência do Fundo Clima, administrado pelo BNDES. A expectativa é que o país lidere debates sobre como alocar recursos e articule os BRICS para fortalecer a posição das nações em desenvolvimento. Apesar dos desafios, a COP30 pode avançar em transparência e justiça climática, desde que haja maior cooperação global e mecanismos eficientes de monitoramento.