O ministro da Agricultura reiterou o apoio do governo federal à construção da Ferrogrão, ferrovia de 933 km que ligará Sinop (MT) a Itaituba (PA), com investimento estimado em R$ 28 bilhões. O projeto, paralisado desde 2021 por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta desafios judiciais relacionados a impactos ambientais, especialmente no Parque Nacional do Jamanxim, e à consulta de comunidades tradicionais. A União já apresentou ao STF documentos que defendem um traçado alternativo, redução de danos e compensações ambientais de R$ 715 milhões, além de afirmar ter atendido às demandas por diálogo com as comunidades.
A ferrovia é considerada estratégica para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, com potencial para reduzir custos logísticos em R$ 7,9 bilhões anuais e cortar emissões de CO2 em 3,4 milhões de toneladas por ano. No entanto, há divergências dentro do governo: enquanto Agricultura e Transportes apoiam o projeto, Meio Ambiente e Povos Indígenas se opõem. A ANTT espera lançar o edital de leilão em 2026, dependendo da aprovação do novo traçado pelo STF.
O impasse judicial continua a ser o principal obstáculo para a Ferrogrão, com o governo aguardando uma decisão sobre o licenciamento. Enquanto isso, o Executivo mantém a defesa do projeto, destacando seus benefícios econômicos e ambientais, mas sem previsão concreta para o início das obras. A ferrovia, demandada há décadas pelo setor produtivo, segue como um tema polarizado, dividindo opiniões entre desenvolvimento e preservação.