A Polícia Federal (PF) impediu a entrada de 96 turistas no Brasil desde a retomada da exigência de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália em 10 de abril de 2025. Dados divulgados mostram que 69 norte-americanos, 12 canadenses e 15 australianos foram barrados, representando percentuais que variam de 1,13% a 4,1% do total de viajantes desses países que tentaram ingressar no território brasileiro. A maioria dos casos ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com alguns registros em postos de fronteira terrestre, principalmente nos primeiros dias da nova política, quando muitos ainda desconheciam a mudança.
A medida, baseada no princípio da reciprocidade, foi implementada após a decisão de não renovar a isenção de vistos para esses países, revogando uma política anterior. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) justificou a ação pelo fato de que Estados Unidos, Canadá e Austrália não concedem isenção similar a brasileiros. A regra, inicialmente prevista para outubro de 2023, foi adiada três vezes antes de entrar em vigor. No Congresso, a medida enfrenta resistência, com o Senado aprovando um projeto para anulá-la, que ainda depende de análise pela Câmara dos Deputados.
O processo para obtenção do visto é eletrônico, com taxa de US$ 80,90 (cerca de R$ 488,64), e inclui etapas como preenchimento de formulário online, envio de documentos digitais e pagamento. Não há exigência de entrevista ou comprovação de renda, mas menores de idade precisam apresentar autorização dos responsáveis. O eVisa, uma vez aprovado, é enviado por e-mail em formato PDF. O governo argumenta que o valor cobrado é baixo e não deve desestimular o turismo, enquanto críticos questionam o impacto da medida.