A Polícia Federal marcou para esta quinta-feira (17) os depoimentos do atual diretor e do ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como parte das investigações sobre suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo anterior. Os dois serão ouvidos de forma simultânea, mas separados, na sede da PF em Brasília, prática comum em fases finais de apurações para evitar interferências nos relatos. O inquérito apura denúncias de uso indevido da agência para monitorar autoridades, incluindo indícios de espionagem de figuras públicas no Paraguai.
Os investigados não ocupavam cargos de liderança na Abin durante o período em questão, mas a PF busca esclarecer se houve obstrução às investigações por parte de integrantes da cúpula atual. O diretor-geral da agência emitiu nota afirmando que está à disposição para colaborar com as autoridades, destacando que os fatos sob análise referem-se a decisões tomadas em gestões passadas.
O caso ganhou destaque após a demissão do então número dois da Abin, cujo nome foi vinculado às apurações. As investigações seguem em andamento, com foco em possíveis violações de privacidade e abuso de poder, sem que haja, até o momento, conclusões definitivas sobre responsabilidades individuais. A abordagem busca preservar a imparcialidade e a legalidade do processo.