A Polícia Federal (PF) emitiu um alerta para aposentados e pensionistas do INSS após identificar um esquema de fraudes que resultou em descontos não autorizados nos benefícios. A operação, batizada de “Sem Desconto”, foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e revelou que entidades associativas firmavam convênios com o INSS para cobrar mensalidades diretamente dos beneficiários, muitas vezes sem consentimento. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, afetando potencialmente milhares de pessoas.
Os investigados recomendam que os beneficiários verifiquem seus extratos no aplicativo ou site Meu INSS, especialmente o campo “mensalidade associativa”. Caso identifiquem cobranças indevidas, é possível solicitar a devolução dos valores e o bloqueio de futuros descontos, seja pelo canal 135 ou diretamente com as entidades envolvidas. Até o momento, cerca de 180 mil vítimas já pediram reembolso, mas o número real de afetados pode ser significativamente maior.
A investigação levou ao afastamento de seis servidores, incluindo cargos de alta gestão no INSS, devido a falhas na fiscalização e possível facilitação interna do esquema. Segundo a CGU, 80% das cobranças irregulares partiram de entidades sob investigação, que prometiam serviços como assessoria jurídica e descontos em academias, mas frequentemente não cumpriam o combinado. A auditoria destacou que muitos beneficiários nem sequer tinham conhecimento das filiações que originaram os descontos.