A administração federal cancelou US$ 188 milhões em subsídios destinados a reembolsar a cidade de Nova York pelos custos de abrigar migrantes, alegando que os recursos estavam sendo usados para apoiar a imigração ilegal. A decisão, comunicada pela Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA), inclui a retirada de US$ 80 milhões já depositados na conta da cidade em fevereiro e a exigência de devolução de outros US$ 106 milhões utilizados para abrigo e assistência. As autoridades locais afirmaram que contestarão legalmente a medida, considerando-a ilegal e contrária à destinação original dos fundos, aprovada pelo Congresso.
O programa de subsídios, gerenciado pela FEMA, tem como objetivo auxiliar governos locais e organizações não governamentais no atendimento a migrantes, incluindo abrigo e serviços sociais. No entanto, em carta às autoridades nova-iorquinas, o diretor interino da agência argumentou que a iniciativa não está alinhada com as prioridades do governo federal, já que muitos beneficiários estariam no país sem status legal. A cidade, que chegou a receber milhares de migrantes semanalmente, adaptou hotéis e prédios vazios como abrigos de emergência, cumprindo uma exigência jurídica local que garante abrigo a quem solicitar.
O caso ganhou contornos políticos, com críticas de legisladores e autoridades federais sobre o uso de espaços como o histórico Roosevelt Hotel, acusado de se tornar foco de atividades criminosas — alegação negada pela prefeitura. Enquanto isso, o prefeito local, que busca reeleição, enfrenta pressão para demonstrar independência política após o encerramento de um processo federal contra ele. Em meio ao debate, a cidade anunciou o fechamento de mais de 50 abrigos até junho, citando a redução na chegada de migrantes e sua realocação para outras comunidades.