O governo federal decidiu suspender temporariamente todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades responsáveis por descontos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. A medida, publicada nesta terça-feira (29), visa reavaliar a legalidade desses acordos e investigar possíveis irregularidades, após a descoberta de um esquema de desvio de recursos públicos que pode ter atingido R$ 6,3 bilhões. A decisão inclui uma auditoria completa por parte das diretorias do INSS e ocorre no contexto de uma crise no sistema previdenciário, agravada por denúncias de fraudes envolvendo autorizações falsas.
A suspensão segue o afastamento do então presidente do INSS, após uma operação da Polícia Federal que investiga cobranças indevidas de mensalidades associativas. Relatórios apontam que algumas entidades usavam assinaturas falsificadas e operavam sem estrutura adequada, enquanto outras estavam ligadas a movimentações financeiras suspeitas, incluindo gastos elevados com viagens. O caso gerou pressão política, com pedidos de impeachment contra o ministro da Previdência, acusado de omissão, embora ele tenha negado envolvimento e defendido as investigações em curso.
A medida busca restaurar a confiança no sistema e revisar o modelo de cooperação entre o INSS e as associações, agora sob escrutínio. O governo enfatiza a necessidade de transparência e conformidade com as normas vigentes, enquanto as investigações avançam para apurar responsabilidades e recuperar os recursos desviados. A crise destacou vulnerabilidades na gestão previdenciária e a urgência de reformas para evitar novos esquemas fraudulentos.