O governo federal está analisando alternativas legais para conter os preços abusivos de hospedagens e passagens aéreas em Belém durante a COP30, marcada para novembro. Autoridades envolvidas na organização do evento afirmam que já há conversas com o Ministério da Justiça para utilizar instrumentos de proteção ao consumidor e evitar práticas como formação de cartéis. Apesar dos investimentos para ampliar a oferta de leitos — que saltou de 18 mil para 50 mil —, os valores continuam elevados, preocupando delegações e organizações não governamentais.
O secretário extraordinário para a COP30 destacou que, embora seja natural que os preços subam com a alta demanda, os valores atuais estão além do razoável, chegando a ser até 100 vezes maiores que o normal. O governo planeja reunir-se com o setor hoteleiro na próxima semana para negociar patamares mais justos, alertando sobre a possibilidade de aplicar medidas legais se necessário. Além disso, uma plataforma online será lançada em abril para centralizar reservas, mas autoridades admitem que a iniciativa sozinha não resolverá o problema.
O aumento no custo das passagens aéreas também entrou no radar do governo, com tarifas para Belém chegando ao dobro do valor habitual durante o período da conferência. As companhias aéreas devem ser abordadas em breve, segundo o secretário. Enquanto isso, associações do setor hoteleiro e aéreo não se pronunciaram sobre as críticas, deixando em aberto como será a resposta do mercado às pressões governamentais.