A possível federação entre União Brasil (UB) e Progressistas (PP), dois dos maiores partidos do país, está praticamente acertada e pode ser formalizada ainda em abril. Juntos, eles formariam o maior bloco na Câmara dos Deputados, com mais de 100 parlamentares, além de consolidarem uma bancada expressiva no Senado e no Executivo municipal. No entanto, a iniciativa levanta dúvidas sobre sua viabilidade, já que federações anteriores, como PSDB-Cidadania e PT-PV-PCdoB, resultaram em desgastes, divisões e perdas eleitorais para as legendas envolvidas.
O governador de Goiás e líder estadual do UB, Ronaldo Caiado, questionou publicamente a necessidade dessa união, argumentando que federações foram criadas para salvar partidos em crise, não para unir agremiações já consolidadas. Históricos recentes mostram que alianças assim costumam beneficiar apenas um lado, como no caso do Cidadania, que perdeu representantes importantes após a federação com o PSDB. Além disso, conflitos internos, como os ocorridos na aliança de esquerda em 2024, demonstram as dificuldades de harmonizar interesses distintos em uma única estrutura.
Apesar do potencial fortalecimento numérico, a federação UB-PP enfrenta o desafio de equilibrar as ambições de duas legendas poderosas, sem que uma subjugue a outra. Enquanto defensores veem vantagens na unificação, críticos apontam riscos de desgaste e fragmentação, como já visto em experiências passadas. A pergunta central permanece: quem realmente se beneficia com essa união? A resposta pode definir não apenas o futuro desses partidos, mas também o equilíbrio político do país.