Líderes religiosas de diferentes tradições alertaram que a legalização da morte assistida na Inglaterra e no País de Gales pode se tornar uma ferramenta para prejudicar mulheres vulneráveis, especialmente vítimas de violência doméstica e controle coercitivo. Em uma carta aberta, mais de 100 mulheres de comunidades cristãs, muçulmanas, judaicas e sikhs destacaram que o projeto de lei para adultos terminalmente enfermos não possui salvaguardas suficientes para proteger os mais marginalizados, incluindo mulheres que sofrem abusos de gênero por parte de parceiros.
O texto enfatiza preocupações sobre como a legislação, sem medidas mais robustas, poderia ser explorada por agressores para pressionar ou forçar mulheres a optarem pela morte assistida. As signatárias pedem maior atenção às dinâmicas de poder em relacionamentos abusivos, onde a autonomia da vítima pode ser comprometida.
O debate ocorre em meio a crescentes discussões sobre direitos do paciente e proteção de grupos vulneráveis. Enquanto defensores da morte assistida argumentam que ela oferece alívio a pacientes terminais, as líderes religiosas ressaltam a necessidade de equilibrar a legislação com mecanismos que previnam abusos, garantindo que a escolha seja verdadeiramente livre e informada.