Quase cinco meses após a Justiça argentina ordenar a prisão de cerca de 60 brasileiros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, apenas cinco foram detidos e aguardam julgamento para extradição em Buenos Aires. As audiências, previstas para abril ou maio, foram adiadas devido a recursos das defesas, já negados pelas cortes locais. O juiz Daniel Rafecas, responsável pelo caso, destacou a existência de uma ação coordenada para fugir do país, com alguns foragidos já tendo partido para os EUA e México por via terrestre.
Os cinco detidos, condenados no Brasil a penas que variam de 13 a 17 anos, tentaram solicitar refúgio político na Argentina, argumentando perseguição. No entanto, mudanças recentes nas normas migratórias sob o governo de Javier Milei impedem que acusados de crimes graves recebam asilo. A situação gerou insatisfação entre os foragidos, que esperavam maior apoio do presidente argentino, conhecido por sua retórica libertária.
Até agora, o governo argentino manteve neutralidade, afirmando que seguirá as decisões judiciais. Enquanto isso, os detidos aguardam o desfecho do processo, com possibilidade de apelação à Suprema Corte local. O caso ilustra os desafios da cooperação internacional em crimes políticos e a complexidade das leis de refúgio em contextos de extradição.