A exposição “Ausências Brasil”, em cartaz no Centro MariAntônia da Universidade de São Paulo (USP), apresenta imagens que retratam o impacto da ditadura civil-militar (1964-1985) em famílias brasileiras. Com fotografias em preto e branco e coloridas, a mostra contrasta cenas do passado e do presente, destacando a falta daqueles que foram mortos ou desapareceram durante o regime. O trabalho é uma parceria entre o fotógrafo argentino Gustavo Germano e o Núcleo de Preservação da Memória Política, com o objetivo de refletir sobre os abusos de poder e a violência estatal da época.
A exposição, que teve sua primeira versão na Argentina em 2007, reúne 12 histórias de famílias afetadas pela repressão. Uma das imagens, por exemplo, mostra um jovem que não aparece na foto atual por ter sido morto na Guerrilha do Araguaia em 1972. A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz até 16 de maio de 2025 e funciona de terça a domingo, das 10h às 18h.
A iniciativa busca não apenas preservar a memória histórica, mas também promover uma discussão sobre os efeitos duradouros da ditadura. A abertura da exposição ocorreu na véspera dos 61 anos do golpe militar, reforçando a importância de lembrar o período para evitar sua repetição. O projeto segue uma linha semelhante à versão argentina, que retratou as vítimas da ditadura no país vizinho (1976-1983).