A exportação de gado vivo do Brasil atingiu um recorde em 2024, com mais de 1 milhão de bovinos enviados a países como Turquia, Egito e Iraque, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. No entanto, a prática tem sido alvo de críticas por parte de ativistas e especialistas, que denunciam maus-tratos aos animais durante o transporte marítimo. Condições insalubres, como confinamento em meio a fezes e urina, além de abates sem insensibilização em países que seguem o método Halal, são alguns dos principais pontos de controvérsia.
Apesar de países como Reino Unido e Nova Zelândia terem proibido a exportação de animais vivos, o Brasil continua a expandir o setor, que movimentou R$ 20 bilhões na última década. Embora o Ministério da Agricultura afirme que a atividade é regulamentada, reconhece falhas nas normas durante as viagens, especialmente no que diz respeito ao bem-estar animal. Casos como o do navio Al Kuwait, que deixou a África do Sul com animais doentes e mortos, e o do boi Elias, que fugiu nadando em São Sebastião, ilustram os problemas associados a essa prática.
No Congresso, projetos de lei buscam proibir a exportação, citando riscos sanitários e ambientais, como o desastre em Barcarena (PA), onde 5 mil bois morreram em um naufrágio. Enquanto a Justiça e o Legislativo debatem o tema, a indústria defende a importância econômica do setor, deixando o conflito entre lucro e bem-estar animal longe de uma resolução.