Uma nova exposição celebra o trabalho de Ken Kiff, pintor britânico cuja obra singular foi subestimada nos anos 90, mas que agora ganha reconhecimento renovado. Conhecido por suas composições vibrantes e cheias de textura, Kiff criou fábulas surrealistas onde formas fluidas e símbolos recorrentes—como pássaros, salamandras e o “Little Man”—se misturam em narrativas poéticas e humanas. Sua abordagem, influenciada por modernistas como Klee e Miró, combinava abstração com figuras oníricas, resultando em uma visão única da alegria e da angústia da vida.
Apesar de ter falecido em 2001 com uma reputação de “artista dos artistas”, distante do conceitualismo bruto dos YBAs, sua produção prolífica e pessoal agora ressoa com novas gerações. A curadora Ella-Rose Harrison, da Hales Gallery, destaca que sua mistura de abstração e figuração, assim como a forma como ele integrava o mítico no cotidiano, atrai um público contemporâneo. A exposição em questão revisita seu período como artista residente na National Gallery de Londres entre 1992 e 1993, revelando como sua obra permanece relevante.
O resgate de Kiff reflete uma mudança no gosto artístico, onde a autenticidade e a profundidade emocional voltam a ser valorizadas. Sua obra, antes considerada fora de moda, hoje é celebrada por sua capacidade de traduzir o universal através de um imaginário singular—prova de que a verdadeira arte transcende tendências passageiras.