O ex-secretário de Comércio Exterior e atual consultor avalia que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 10% sobre produtos brasileiros poderia ser pior. Ele destaca que a União Europeia enfrentará taxas de 20%, enquanto China, Japão e outros parceiros comerciais dos EUA terão alíquotas ainda mais altas, chegando a 34% e 24%, respectivamente. A medida, segundo ele, iguala o Brasil a outros países em termos de tarifas, mas mantém concorrentes importantes em desvantagem.
O consultor ressalta que os possíveis ganhos de competitividade do Brasil nos EUA dependerão de uma análise detalhada, produto por produto. Setores como aço e alumínio, que já foram impactados por tarifas de 25% em ações anteriores do governo Trump, continuam em situação delicada. Ainda assim, há oportunidades em mercados onde o Brasil compete diretamente com a Europa e o Japão, que agora enfrentam barreiras maiores.
A conclusão é que, embora a medida não seja ideal, o Brasil está em uma posição relativamente menos prejudicada em comparação a outros grandes exportadores. O cenário exige cautela e estratégia, com foco em identificar nichos onde as novas tarifas possam, paradoxalmente, beneficiar produtos brasileiros. A análise caso a caso será fundamental para aproveitar eventuais vantagens competitivas.