A ex-primeira-dama do Peru recebeu asilo diplomático no Brasil após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um caso ligado à operação Lava Jato. O governo brasileiro justificou a decisão com base em questões humanitárias, citando problemas de saúde e a necessidade de proteção ao filho menor de idade, que estaria desamparado devido à prisão do pai, o ex-presidente peruano. A chegada ao país ocorreu em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB), autorizado pelo governo peruano, após solicitação de salvo-conduto.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a concessão do asilo seguiu critérios legais e foi analisada caso a caso, destacando a condição política da ex-primeira-dama e as circunstâncias específicas envolvendo sua saúde e família. Questionado sobre a possibilidade de o asilo ser estendido a outros condenados por corrupção, o chanceler ressaltou que cada situação deve ser avaliada individualmente, sem criar precedentes genéricos.
O caso gerou reações políticas, com pedidos de investigação sobre a legalidade do asilo e alegações de perseguição por parte da defesa da ex-primeira-dama. Enquanto isso, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou envolvimento do governo brasileiro em supostos repasses de recursos para campanhas eleitorais no Peru, afirmando que o tema já foi superado pelo sistema de Justiça. A defesa da ex-primeira-dama reiterou que as condenações carecem de provas sólidas e podem ser revertidas em instâncias superiores.