O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou durante o evento Advance 25, em São Paulo, que é improvável que os juros no Brasil retornem aos níveis pré-pandemia. Ele destacou a necessidade de taxas mais baixas para estimular a economia, mas reconheceu que o esforço fiscal durante a pandemia, considerado o maior da história do país, evitou uma recessão. Em março, o BC elevou a Selic para 14,25% ao ano, com sinalizações de novos aumentos, ainda que em menor intensidade, nas próximas reuniões.
Campos Neto também defendeu reformas estruturais, como a redução do tamanho do Estado, a digitalização dos serviços públicos e a revisão de gastos tributários. Ele criticou programas sociais sem “porta de saída”, que, segundo ele, pressionam os impostos e oneram os cofres públicos. O ex-presidente do BC argumentou que o investimento privado é mais eficiente e que políticas de transferência de renda, sem foco em geração de oportunidades, podem comprometer a prosperidade futura.
Durante sua fala, ele enfatizou a importância de oferecer oportunidades em vez de assistencialismo, afirmando: “Eu não quero te dar dinheiro, eu quero te dar a prosperidade”. Suas declarações refletem um posicionamento favorável a reformas que aumentem a eficiência econômica, enquanto o BC segue ajustando a política monetária em um cenário de juros elevados.