O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto participou de um evento em São Paulo, onde discutiu o cenário econômico global e doméstico. Ele destacou que o Brasil está bem posicionado em relação às políticas tarifárias dos EUA, defendendo uma postura neutra para evitar conflitos comerciais. Campos Neto também alertou para possíveis efeitos da guerra comercial entre EUA e China, como um aumento de produtos chineses no mercado brasileiro, o que poderia pressionar os preços, mas exigiria análise sobre os impactos na indústria nacional.
Sobre a política fiscal, o ex-banqueiro central afirmou que o Brasil precisa de um “choque positivo”, com revisão de gastos sociais e redução do tamanho da máquina pública por meio da digitalização. Ele também comentou que a inflação global pós-pandemia foi mais influenciada pelo aquecimento da demanda, impulsionado por benefícios sociais, do que por questões de oferta. Embora não possa opinar sobre decisões recentes do BC devido ao período de quarentena, ele avaliou que a autoridade monetária tem atuado corretamente no curto prazo.
Por fim, Campos Neto mencionou a política econômica da Argentina, destacando que o governo optou por um ajuste forte e impopular, mas que parece estar no caminho certo, com sinais de recuperação econômica. No entanto, ressaltou que o país ainda enfrenta desafios, principalmente no equilíbrio cambial. Suas análises reforçam a necessidade de cautela e reformas estruturais para o crescimento sustentável.