Durante um ato em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro questionou a condenação de dois trabalhadores autônomos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram alvo de ataques. Em seu discurso, ele mencionou os casos de um vendedor de pipoca e um de sorvete, condenados pelo STF por associação criminosa e incitação ao crime, classificando as penas como excessivas. Os dois receberam sentenças restritivas de direitos, incluindo serviços comunitários e participação em um curso sobre democracia.
O STF considerou que as ações dos condenados se encaixavam no contexto de crimes multitudinários, em que indivíduos contribuíram para um objetivo comum. Embora os acusados tenham negado participação direta nos ataques, suas postagens em redes sociais e presença no acampamento próximo ao QG do Exército foram determinantes para as condenações. Dois ministros, indicados pelo ex-presidente, votaram pela absolvição, mas a maioria seguiu o relator.
Até março deste ano, o STF já havia condenado 434 pessoas ligadas aos eventos de 8 de janeiro. Os casos citados pelo ex-presidente geraram repercussão nas redes sociais, com críticas à condução dos processos. As penas, no entanto, foram adaptadas para restrições de direitos, evitando prisão direta, o que reflete a análise individualizada de cada situação pelo tribunal.