O ex-presidente Fernando Collor contrariou a versão apresentada por sua defesa ao declarar, durante audiência de custódia, que não possui doenças nem faz uso de medicamentos. No entanto, seus advogados haviam solicitado a conversão da pena para prisão domiciliar, alegando comorbidades como Parkinson e transtorno bipolar, apoiados por um atestado médico. O pedido foi fundamentado em precedentes do STF que permitem a prisão domiciliar para idosos com graves problemas de saúde, desde que não haja risco à ordem pública.
Durante a audiência, o ex-presidente manteve-se tranquilo e afirmou não ter havido irregularidades em sua prisão, realizada no aeroporto de Maceió, onde embarcaria para se apresentar à Polícia Federal em Brasília. Ele preferiria cumprir a pena em Alagoas, onde está temporariamente custodiado, antes de ser transferido para o presídio Baldomero Cavalcanti. A decisão sobre o pedido de prisão domiciliar caberá ao ministro Alexandre de Moraes, que poderá considerar a contradição nas versões ou solicitar um novo laudo médico.
O caso ganhou complexidade devido ao conflito entre as declarações do ex-presidente e os argumentos de sua defesa, que incluem a falta de previsão para o julgamento final no STF. Enquanto isso, a discussão sobre a adequação da prisão domiciliar para idosos com condições graves de saúde segue como um ponto central, refletindo debates anteriores da Corte sobre o tema.