O ex-presidente José Sarney afirmou não conhecer o projeto de lei que propõe anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, mas destacou a importância da união nacional. Ele evitou opinar diretamente sobre a proposta, citando seu afastamento da vida política, e relembrou a anistia de 1979, durante a redemocratização, que beneficiou tanto perseguidos políticos quanto agentes do regime militar. Sarney enfatizou que não comenta sobre governos anteriores ou posteriores ao seu, mantendo sua postura de neutralidade.
O projeto de anistia, atualmente em discussão na Câmara, tem enfrentado resistência da oposição, enquanto parlamentares do Partido Liberal ameaçam obstruir a pauta caso a proposta não seja votada. O presidente da Câmara, no entanto, afirmou que não cederá a pressões e que o texto será analisado por uma comissão antes de ir a plenário. A medida beneficiaria manifestantes e outros envolvidos em protestos entre outubro de 2022 e a data de sua eventual aprovação, excluindo figuras já inelegíveis.
Sarney, que governou o país durante a transição democrática, reforçou a necessidade de conciliação, mas optou por não se posicionar sobre o cenário político atual. Seu governo é visto como fundamental para a consolidação da democracia no Brasil, embora ele prefira manter distância de debates contemporâneos. O ex-presidente encerrou sua fala reiterando que não está mais envolvido no Congresso e, por isso, não se sente à vontade para opinar sobre o projeto em questão.