Em entrevista à Jovem Pan News, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central discutiu as projeções de crescimento da economia brasileira, destacando a revisão para baixo feita pelo FMI, que agora prevê um avanço global de 2,8% em 2024, abaixo dos 3,3% estimados anteriormente. Ele atribuiu a desaceleração a fatores como as tarifas comerciais impostas por governos estrangeiros, que encarecem produtos e impactam as exportações brasileiras. Apesar do cenário externo desfavorável, a política fiscal expansionista do Brasil, com gastos públicos elevados, tem impulsionado o crescimento acima das expectativas, beneficiando-se também de reformas trabalhistas anteriores que aumentaram a produtividade.
Outro desafio destacado foi a inflação, que permanece acima da meta do Banco Central, pressionada pela alta de preços de alimentos e pela valorização do dólar. Medidas como o aumento da taxa de juros têm sido adotadas para conter o problema, mas o ex-ministro ressaltou a importância de proteger o poder de compra da população, já que os salários não acompanham a elevação dos preços. Além disso, o agronegócio foi apontado como um setor-chave para a economia, embora seu desempenho positivo não seja suficiente para compensar a fraqueza em outros segmentos, evidenciando a necessidade de diversificação econômica.
Por fim, o ex-ministro expressou um otimismo cauteloso, enfatizando a importância de reformas estruturais e de uma política fiscal responsável para garantir um crescimento sustentável no longo prazo. Sua análise reforça a complexidade dos desafios econômicos enfrentados pelo Brasil e a necessidade de estratégias bem-informadas para superá-los, mantendo o equilíbrio entre estímulo interno e adaptação ao cenário global.