Um grupo de ex-líderes mundiais, conhecido como The Elders, fez um apelo para que a União Europeia (UE) mantenha suas políticas climáticas, mesmo diante da pressão para flexibilizar metas de descarbonização. A ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, destacou em entrevista à Reuters que a retirada dos Estados Unidos de acordos climáticos sob a nova administração federal representa uma oportunidade para a UE e outros países assumirem a liderança global no tema. O grupo, fundado por Nelson Mandela em 2007, inclui figuras como a ex-premiê da Noruega Gro Harlem Brundtland e o ativista Denis Mukwege, todos defendendo ações mais robustas contra as mudanças climáticas.
A preocupação surge em meio ao novo abandono dos EUA do Acordo de Paris, após a volta do ex-presidente ao poder em 2025. O país já havia deixado o pacto durante o primeiro mandato da administração anterior, mas retornou sob a gestão seguinte. Enquanto isso, a UE enfrenta críticas de empresas locais sobre o Acordo Verde, plano lançado em 2019 para descarbonizar a economia, alegando custos elevados e regulamentação excessiva. Robinson alertou para o risco de enfraquecimento dessas políticas e destacou o potencial econômico do mercado de tecnologias limpas, que pode saltar de US$ 700 bilhões em 2023 para US$ 2 trilhões até 2035.
O apelo reforça a necessidade de cooperação internacional diante da lacuna deixada pelos EUA, com os ex-líderes pressionando a UE a não recuar em suas ambições ambientais. O debate ocorre em um momento crítico, em que decisões políticas podem definir o ritmo da transição para uma economia sustentável nos próximos anos.