O ex-embaixador Rubens Barbosa criticou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de interpelar diretamente a embaixada da Espanha após o país negar a extradição de um influenciador bolsonarista. Barbosa argumentou que a medida extrapola os protocolos diplomáticos, destacando que o contato deveria ter sido conduzido pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Para ele, a comunicação direta entre o STF e representações estrangeiras não segue as normas tradicionais da diplomacia brasileira.
O caso ocorreu após o ministro suspender a extradição de um cidadão búlgaro detido no Brasil, em resposta à recusa espanhola. O STF exigiu explicações formais da embaixada, alegando quebra de reciprocidade. Barbosa afirmou que o caminho adequado seria o magistrado solicitar ao Itamaraty que tratasse do assunto, evitando que uma questão jurídica se tornasse um tema diplomático.
O ex-embaixador também alertou para possíveis ruídos desnecessários entre os dois países, reforçando que a comunicação entre cortes supremas é distinta da interação com embaixadas. Ele reiterou que cabe ao Itamaraty avaliar e conduzir esse tipo de diálogo, mantendo a harmonia nas relações internacionais. A situação destacou a importância de seguir os protocolos estabelecidos para evitar conflitos institucionais.