O ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) destacou que o futuro do comércio global pode ser decidido fora da entidade, a menos que reformas sejam implementadas rapidamente. Em discurso resumido por fontes presentes em um evento comemorativo, ele afirmou que a falta de interesse em regras comerciais compartilhadas pode levar à criação de um substituto para a OMC, excluindo alguns membros atuais. “Se não mudarmos, estaremos mortos”, alertou, reforçando a urgência de adaptação.
A atual diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, ressaltou a importância de iniciar um processo de reforma antes da próxima reunião ministerial em Camarões. Ela defendeu a necessidade de formular as perguntas certas e estabelecer um mecanismo liderado pelos membros para conduzir as mudanças. Enquanto isso, as negociações para atualizar as regras da organização enfrentam desafios, principalmente devido à exigência de consenso entre todos os 166 países membros.
Especialistas, como um ex-diretor-geral da OMC, advertiram que a falta de reformas pode levar a uma recessão global ainda mais severa do que a crise de 2008, com impactos diretos no comércio internacional. Um grupo de 39 países, incluindo China, Canadá e Reino Unido, manifestou apoio à organização, pedindo ações coletivas para mantê-la como base de um sistema livre e baseado em regras. A pressão por mudanças cresce diante da turbulência nos mercados e das tensões comerciais recentes.