Um tribunal peruano condenou um ex-casal presidencial a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro em um esquema que envolveu recursos ilícitos da Venezuela e da construtora brasileira Odebrecht. Os valores, recebidos entre 2006 e 2011, teriam financiado campanhas eleitorais, com provas apontando para transferências secretas e falsificação de doadores. A sentença, embora menor do que a pedida pelo Ministério Público, reforça a onda de condenações por corrupção que atinge ex-presidentes no Peru.
Enquanto o ex-presidente foi encaminhado à prisão, a ex-primeira-dama recebeu asilo diplomático do Brasil e deixou o país, alegando perseguição política. O caso destaca a extensão do escândalo da Odebrecht, que abalou governos em toda a América Latina, incluindo Peru, Brasil e Equador. Testemunhas relataram o uso de malas diplomáticas e empresas de fachada para ocultar a origem dos recursos.
O julgamento, que durou três anos, revelou detalhes sobre o modus operandi do esquema, incluindo a participação de familiares e aliados políticos. A decisão judicial reforça as críticas à influência de governos estrangeiros em campanhas eleitorais e à fragilidade dos sistemas de controle no Peru. O caso segue como um marco nos esforços regionais para combater a corrupção transnacional.