A presidente do Banco Central Europeu (BCE) afirmou que o setor financeiro da zona do euro mantém resiliência, apesar da volatilidade global. Ela destacou que os bancos europeus estão fortalecidos por sólidas posições de capital e liquidez, resultado de anos de reformas regulatórias e supervisão rigorosa. No entanto, economias mais dependentes de exportações podem enfrentar maiores impactos diante dos desafios macrofinanceiros atuais.
Durante as Reuniões de Primavera do FMI, foi ressaltado que o segmento financeiro não bancário (NBFI) não apresenta estresse agudo, mas ainda possui vulnerabilidades de liquidez que, combinadas com alavancagem excessiva em alguns setores, podem ampliar crises. A líder defendeu a adoção de um arcabouço macroprudencial mais robusto para instituições não bancárias, visando maior estabilidade. Além disso, alertou que os criptoativos, embora ainda representem riscos limitados à estabilidade financeira, podem se tornar uma ameaça se seu crescimento e interconexão com o sistema tradicional persistirem.
A discussão também abordou a importância do euro digital como uma opção segura e amplamente aceita, reduzindo a dependência de provedores estrangeiros e fortalecendo a autonomia da UE no cenário de pagamentos digitais. Outras iniciativas, como o TIPS, foram mencionadas como avanços na integração de transações instantâneas em múltiplas moedas, com projetos em andamento para expandir sistemas de pagamento rápidos e seguros entre países.