A Comissão Europeia está fornecendo celulares descartáveis e laptops básicos para funcionários que viajarão aos Estados Unidos, medida normalmente reservada para viagens a países considerados de alto risco, como China e Ucrânia. A decisão ocorre em meio às reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, marcadas para abril, e reflete preocupações com possível espionagem por parte dos EUA. De acordo com o Financial Times, as novas diretrizes de segurança incluem desligar aparelhos ao cruzar a fronteira e preferir vistos diplomáticos em vez de passaportes nacionais.
A medida surge em um contexto de crescente tensão entre a União Europeia e os EUA, especialmente após o retorno de Donald Trump à presidência. Trump adotou posturas hostis, como implementar tarifas sobre exportações europeias e sugerir alinhamento com a Rússia, além de ameaçar reduzir garantias de segurança à Europa. Autoridades europeias também temem a apreensão de dispositivos por agentes de fronteira americanos, que têm o direito de examinar seu conteúdo, algo já relatado por acadêmicos e turistas.
Além disso, a UE prepara retaliações comerciais contra exportações americanas, enquanto os EUA criticam regulações europeias que afetam grandes empresas de tecnologia. Embora a Comissão Europeia negue instruções formais por escrito, fontes indicam que o serviço diplomático do bloco está envolvido na implementação das novas medidas. O episódio reforça a percepção de que mesmo aliados podem recorrer a métodos extralegais para proteger seus interesses, como destacado por analistas.