O etanol foi o ponto central das negociações entre Brasil e Estados Unidos para evitar taxações mais altas nas exportações brasileiras, após o anúncio de novas tarifas pelo governo americano. O Brasil temia ser alvo de medidas mais duras devido à influência dos produtores americanos de álcool, que têm forte lobby em Washington. Negociadores brasileiros argumentaram que o setor já havia sido penalizado em fevereiro, quando Trump impôs tarifas sob alegação de reciprocidade, e destacaram o déficit comercial do país com os EUA, que soma US$ 410 bilhões em 15 anos.
O acordo resultou em uma taxação de 10% sobre as exportações brasileiras, mesma alíquota aplicada à Argentina, aliada próxima de Trump. A decisão refletiu o pragmatismo do governo americano, que priorizou interesses comerciais em detrimento de relações políticas. O clima de incerteza, marcado pelo tom ameaçador dos anúncios, deu lugar a um desfecho baseado em negociações técnicas e impacto financeiro.
O Congresso brasileiro autorizou o governo a retaliar caso as medidas afetem significativamente a economia nacional. O episódio ilustra a complexidade das relações comerciais sob a administração americana, onde discursos populistas coexistem com decisões pautadas por cálculos econômicos. O resultado, embora menos severo do que se temia, mantém o Brasil em alerta diante da volatilidade da política comercial internacional.