Pesquisas sobre o uso de cannabis medicinal no tratamento da doença de Parkinson indicam que a substância pode melhorar sintomas como tremores, bem-estar emocional e quadros de psicose, embora não tenha impacto significativo em habilidades motoras, paladar ou sono. Estudos conduzidos por especialistas, como um realizado no Brasil com menos de dez participantes, destacam que os canabinoides CBD e THC podem reduzir a ansiedade e os tremores associados a ela, mas ressaltam a escassez de ensaios clínicos robustos e controlados por placebo para confirmar tais efeitos. Apesar dos benefícios observados, o uso da cannabis ainda é considerado uma alternativa quando os tratamentos convencionais falham.
O texto alerta para os riscos do uso medicinal da cannabis, como interações medicamentosas — especialmente com anticoagulantes — e efeitos colaterais como queda de pressão, tontura e boca seca, que podem aumentar o risco de quedas em idosos e pacientes com Parkinson. Especialistas enfatizam que a substância não deve ser usada isoladamente, mas como parte de um tratamento combinado, já que sozinha não é suficiente para condições como epilepsia ou dor crônica. Além disso, diferenciam o uso terapêutico do recreativo, destacando que este último pode trazer efeitos indesejados não observados no contexto médico.
Apesar das limitações, a cannabis medicinal é considerada relativamente segura quando comparada a substâncias como benzodiazepínicos e opioides, que carregam risco de overdose fatal. Especialistas defendem mais pesquisas para entender melhor seu potencial e reforçam que, embora não cure alterações comportamentais causadas por doenças neurodegenerativas, pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes quando usada com cautela e sob orientação médica.