Dados recentes mostram uma tendência de declínio no consumo de álcool entre jovens no hemisfério norte. Nos EUA, 62% dos adultos de 18 a 35 anos afirmam beber atualmente, uma queda de 10 pontos percentuais em duas décadas. No Reino Unido, um terço dos jovens de 18 a 24 anos não consome bebidas alcoólicas, segundo relatórios de 2023. A geração Z também está preferindo opções como hard seltzer em vez de cerveja e vinho. Globalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou uma redução no consumo anual de álcool, de 5,7 litros por pessoa em 2010 para 5,5 litros em 2019.
No Brasil, porém, o cenário é menos claro. Embora pesquisas como a Covitel apontem uma leve redução no consumo regular de álcool entre jovens de 18 a 24 anos, o consumo abusivo (cinco ou mais doses por ocasião) aumentou nessa faixa etária, passando de 25,8% em 2022 para 32,6% em 2023. Enquanto nos EUA apenas 6,9% dos jovens relatam consumo abusivo, no Brasil o índice é significativamente maior, chegando a 21,4% na pesquisa Vigitel. Especialistas atribuem essa diferença a fatores como fiscalização menos rigorosa e menor atenção à saúde mental no país.
As variações regionais no Brasil também chamam atenção: o Norte foi a única região com queda no consumo abusivo, enquanto Centro-Oeste e Sul registraram aumentos. Entre adultos de 25 a 34 anos, o problema persiste, com quase 30% relatando consumo excessivo. Para especialistas, medidas como maior taxação e controle na venda de bebidas alcoólicas, aliadas a políticas de saúde mental, podem ser caminhos para reduzir o abuso, mas ainda é cedo para definir uma tendência nacional devido à diversidade cultural e econômica do país.