Um estudo realizado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) monitorou por satélite os 573 quilômetros de litoral do estado e identificou que 47% da costa enfrenta algum tipo de erosão. Em algumas áreas, como a praia do Icaraí, em Caucaia, a faixa de areia diminuiu mais de 100 metros entre 1984 e 2020. O problema é agravado pelo barramento de rios, que reduz o transporte de sedimentos para o mar, essenciais para a reposição natural das praias.
Comunidades litorâneas têm sofrido com o avanço do mar, que destrói imóveis, comércios e infraestruturas. Em Icapuí, na praia da Peroba, o mar avança cerca de 1,5 metro por ano, forçando moradores a abandonar suas casas e levando ao fechamento de pousadas. Obras de contenção, como a construção de um espigão, são realizadas na tentativa de minimizar os danos, mas a situação ainda é crítica em várias localidades.
O desequilíbrio no ciclo natural de sedimentação, somado à ação das marés e ventos, tem acelerado a erosão costeira no Ceará. Moradores e autoridades buscam soluções emergenciais, mas a longo prazo, o desafio é encontrar medidas sustentáveis para proteger o litoral e as comunidades que dependem dele.