Um levantamento inédito realizado pelo Serviço Geológico Brasileiro, IBGE e Prefeitura do Rio de Janeiro apontou que uma em cada cinco residências da cidade está em áreas vulneráveis a deslizamentos ou inundações. O estudo estima que cerca de 600 mil famílias vivem em locais com risco elevado de desastres causados pelas chuvas, sendo 142 mil domicílios classificados como de alta vulnerabilidade. As zonas mais afetadas são a Norte e a Oeste, com destaque para regiões ao longo das estradas de ferro da Leopoldina e Central do Brasil, além de bairros como Santa Cruz e Campo Grande.
O mapeamento também identificou a Rocinha, na Zona Sul, como a comunidade com o maior número de casas em risco de deslizamentos, ultrapassando 10 mil residências. Moradores relatam medo constante durante períodos de chuva, reforçando a urgência de medidas preventivas. Além disso, o estudo alerta para a falta de sirenes de alerta em áreas críticas, principalmente na Zona Oeste, onde não há sistemas de aviso precoce, apesar dos riscos geológicos.
A Prefeitura do Rio informou que, desde 2021, investiu mais de R$ 3 bilhões em obras de drenagem e estabilização de encostas, além de destacar que as sirenes foram instaladas conforme o mapeamento da fundação Geo-Rio, que priorizou as zonas Norte e Sul. No entanto, especialistas ressaltam a necessidade de ampliar ações preventivas, especialmente em regiões socioeconomicamente vulneráveis, onde a maioria dos domicílios em risco está concentrada.