Meteoritos do tipo condritos carbonáceos, ricos em água e compostos orgânicos, são considerados essenciais para entender a formação do Sistema Solar e a origem da vida na Terra. No entanto, menos de 4% dos meteoritos encontrados em coleções científicas são carbonáceos, apesar de modelos indicarem que eles deveriam ser maioria. Uma pesquisa publicada na Nature Astronomy em 2025 sugere que a razão para essa discrepância está no processo de fragmentação térmica no espaço, onde o calor do Sol decompõe esses materiais frágeis antes que eles cheguem à atmosfera terrestre.
Missões espaciais como OSIRIS-REx e Hayabusa2 trouxeram amostras intocadas de asteroides carbonáceos, como Bennu e Ryugu, permitindo estudos detalhados sobre sua composição. Essas amostras confirmaram que esses asteroides são ricos em água e materiais primitivos, mas também revelaram sua fragilidade. Redes de observação global, como FRIPON e Global Fireball Observatory, mostraram que muitos meteoroides carbonáceos se desintegram no espaço devido ao estresse térmico, e apenas 30% a 50% dos fragmentos remanescentes sobrevivem à entrada na atmosfera.
O estudo desafia a ideia de que a atmosfera da Terra é a principal responsável pela escassez desses meteoritos, apontando que a destruição ocorre principalmente durante sua órbita próxima ao Sol. Futuras pesquisas com telescópios mais avançados e modelagem atmosférica podem ajudar a confirmar essas descobertas e melhorar a detecção de meteoritos carbonáceos. Esses avanços são cruciais para desvendar os mistérios do Sistema Solar primitivo e o papel dessas rochas no surgimento da vida em nosso planeta.