Um estudo realizado pela organização Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) identificou as praias com maior concentração de microplásticos no litoral brasileiro. A pesquisa analisou 25 faixas costeiras em nove estados e constatou que a contaminação está disseminada por todo o país. A Praia do Pântano do Sul, em Florianópolis (SC), lidera o ranking, com 144 fragmentos por metro quadrado, seguida por praias em Mongaguá (SP) e João Pessoa (PB). Os microplásticos encontrados são provenientes de resíduos domésticos e industriais, como embalagens e fibras têxteis.
A presença desses poluentes é resultado da má gestão de resíduos sólidos, da falta de políticas preventivas e do saneamento básico insuficiente em áreas costeiras. Além de prejudicar o meio ambiente, a poluição impacta o turismo, a pesca e a saúde das comunidades locais. Os microplásticos podem carregar substâncias tóxicas e entrar na cadeia alimentar marinha, afetando moluscos, peixes e aves, com consequências ainda pouco conhecidas para os seres humanos.
O estudo, intitulado “Raio-X dos Resíduos na Costa Brasileira”, integra uma iniciativa global da Sea Shepherd para monitorar e combater a poluição nos oceanos. Os dados visam pressionar autoridades e mobilizar a sociedade civil para ações urgentes de recuperação ambiental. A pesquisa está disponível no site da organização, reforçando a necessidade de medidas eficazes para conter o avanço da contaminação nas praias do país.