Um estudo recente publicado na revista *Frontiers in Conservation* apontou que influenciadores digitais que promovem interações próximas com tubarões estão contribuindo para o aumento de ataques desses animais a humanos. A pesquisa, focada em incidentes na Polinésia Francesa, analisou 74 casos de mordidas e identificou que aproximadamente 5% foram reações defensivas dos tubarões a ameaças percebidas. Além disso, uma revisão do *Shark Attack Files* — banco de dados global que registra ocorrências desde o século 19 — encontrou mais de 300 situações similares em diversas regiões do mundo.
O estudo, liderado por um professor francês, criticou o papel das redes sociais na disseminação de comportamentos de risco, como tocar ou segurar tubarões sob a falsa premissa de que são inofensivos. O pesquisador destacou que essas práticas não só colocam as pessoas em perigo, mas também perturbam o comportamento natural dos animais. Apesar da fama negativa, os tubarões são responsáveis por menos de dez mortes humanas anualmente, número insignificante quando comparado a outras causas, como ataques de cães, que matam mais de 10 mil pessoas por ano.
A pesquisa alerta para a necessidade de conscientização sobre os riscos dessas interações, que muitas vezes são banalizadas por conteúdos virais. A distorção da imagem dos tubarões, somada à busca por likes e visualizações, pode ter consequências graves tanto para a segurança humana quanto para a conservação desses predadores marinhos. O estudo reforça a importância de abordagens responsáveis na divulgação de informações sobre a vida selvagem.