Uma pesquisa inédita realizada pela Unicamp entre 2019 e 2023 mostrou que 58% das publicações científicas da instituição foram produzidas por homens, enquanto apenas 42% tiveram autoria feminina. O estudo, conduzido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e o Sistema de Bibliotecas, destacou disparidades mais acentuadas em áreas como matemática, ciência da computação e engenharia. Por outro lado, as mulheres têm maior presença em campos como ciências biológicas, enfermagem e psicologia.
A autora do estudo, Ana Maria Frattini, defendeu a necessidade de discutir políticas para reduzir a desigualdade de gênero na ciência, como o projeto “Mais Mulheres na Ciência”, que busca promover a internacionalização de pesquisas e o avanço profissional feminino. O levantamento analisou 25.138 publicações usando inteligência artificial para classificar o gênero dos autores, mas os pesquisadores reconhecem limitações na metodologia, especialmente para pessoas não binárias ou com nomes incomuns.
Entre as ações sugeridas para ampliar a representatividade estão mentorias para liderança feminina, equidade na autoria de trabalhos científicos e combate a estereótipos de gênero desde a infância. O estudo também propõe incentivos financeiros e colaborações interdisciplinares para fortalecer a participação das mulheres em áreas com baixa representação, visando uma ciência mais inclusiva e diversa.