Um projeto da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em parceria com a USP de Ribeirão Preto e financiado pela Fapemig, está analisando se o horário da prática de exercícios físicos influencia os efeitos do treinamento em mulheres com obesidade. A pesquisa, que oferece sessões gratuitas de musculação, envolve participantes entre 20 e 40 anos, divididas em grupos que treinam pela manhã, à noite ou não realizam atividades (grupo controle). O objetivo é entender como o relógio biológico interfere em indicadores como glicemia, colesterol e composição corporal.
Resultados parciais da primeira fase, concluída em dezembro de 2024, mostraram diferenças significativas entre os grupos. O treino noturno melhorou a aptidão cardiorrespiratória, enquanto o matinal reduziu mais a glicemia. Ambos os grupos apresentaram benefícios como aumento do colesterol HDL, maior força muscular e melhor uso de carboidratos como fonte de energia. Já o grupo controle registrou aumento na circunferência da cintura e redução do gasto energético, mas posteriormente teve acesso ao programa de treinos.
A pesquisa, coordenada por acadêmicos da UEMG e da USP, inclui a participação de estudantes de iniciação científica e do Grupo de Estudos em Metabolismo, Fisiologia e Exercício Físico (GEMFE). Os dados preliminares sugerem que o horário do exercício pode gerar respostas específicas no organismo, abrindo caminho para estratégias personalizadas em saúde pública. Com o segundo ciclo em andamento, a expectativa é expandir o estudo para mais participantes e variáveis, beneficiando tanto as voluntárias quanto a comunidade científica.