A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco estuda transferir o Centro Pop, que atende mais de 600 pessoas em situação de rua, para outro local da cidade. O atual prédio, localizado no Centro, será destinado a serviços de saúde e atendimento psicossocial. A mudança ocorre devido à estrutura inadequada do espaço e a reclamações de comerciantes sobre vandalismo e furtos na região. Entre as possíveis novas localidades estão bairros como Baixada da Sobral, Bosque, Floresta e Castelo Branco, este último preferido pelo Ministério Público por sua proximidade com serviços como o Restaurante Popular e o Hospital de Saúde Mental.
Moradores e comerciantes das áreas cotadas para receber o Centro Pop expressaram preocupação com a possível transferência. A Associação Comercial do Acre apoia a mudança, mas reconhece os impactos negativos que a unidade pode trazer para os negócios locais. Um comerciante da Baixada da Sobral, por exemplo, organizou um abaixo-assinado com quase 500 assinaturas contra a instalação do centro no bairro, alegando que a presença do serviço poderia prejudicar o comércio e a segurança da região.
Enquanto isso, dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua mostram um aumento de 25% no número de pessoas vivendo nas ruas no Brasil entre 2012 e 2021. Em Rio Branco, há 28 pessoas em situação de rua para cada 100 mil habitantes, a maioria entre 30 e 60 anos. Um professor de sociologia destacou que o problema é resultado de fatores como desemprego e falta de oportunidades, questionando até quando a sociedade continuará falhando em incluir essa população. O debate sobre a mudança do Centro Pop reflete os desafios de equilibrar assistência social e convívio urbano.
