O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem direcionado esforços para atrair a classe média, grupo no qual sua popularidade vem registrando quedas significativas. Em março de 2025, foram anunciadas três iniciativas focadas nesse público: o Crédito do Trabalhador, que oferece empréstimos consignados com taxas ainda pouco atrativas; a expansão do Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 12 mil; e a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Essas medidas buscam cumprir promessas de campanha e reverter a desaprovação, que chegou a 57% entre brasileiros com renda de 2 a 5 salários mínimos, segundo pesquisa do PoderData.
Apesar dos discursos frequentes sobre a importância da classe média, algumas políticas do governo tiveram efeito contrário. O aumento de impostos sobre importações, como a chamada “taxa das blusinhas”, e a inflação dos alimentos, somados a declarações polêmicas, contribuíram para a insatisfação. Além disso, a derrota no “Pixgate” e a percepção de que as medidas não atendem plenamente às expectativas do grupo agravaram a situação.
Lula tem repetido a meta de transformar o Brasil em um “país de classe média”, defendendo maior distribuição de renda e poder de compra. No entanto, os dados mostram que, em dois anos, a desaprovação entre a população de renda média subiu 12 pontos percentuais. O desafio agora é equilibrar as promessas com resultados concretos, enquanto o Congresso analisa propostas como a isenção do IR, que depende de aprovação ainda em 2025 para vigorar em 2026.