O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou durante visita ao Panamá que seu país negocia um acordo para isentar navios de guerra americanos do pagamento de pedágios no canal do Panamá. Hegseth destacou a importância de garantir passagem prioritária e gratuita em situações de contingência, agradecendo às autoridades panamenhas pela colaboração. O governo panamenho confirmou, em comunicado, que trabalha com os Estados Unidos em uma compensação para as taxas, mas ressaltou que qualquer acordo deve respeitar os tratados de 1977 e a Constituição do país.
O presidente dos Estados Unidos havia criticado os custos dos pedágios, ameaçando retomar o controle do canal, construído pelos americanos em 1914 e transferido ao Panamá em 1999. O ministro panamenho de Segurança, Frank Ábrego, enfatizou que as negociações devem seguir os tratados existentes, que estabelecem tarifas iguais para todos os navios, independentemente de origem. Dados da Autoridade do Canal mostram que navios de guerra americanos representam apenas 0,3% do tráfego total desde 1998, com um valor acumulado de 25 milhões de dólares.
A disputa ganhou destaque após o Departamento de Estado americano afirmar, em fevereiro, que o Panamá havia aceitado eliminar as tarifas para navios governamentais dos EUA — declaração desmentida pelo presidente panamenho, que classificou a informação como “falsa” e “intolerável”. O canal é uma rota estratégica para o comércio global, com 5% do tráfego marítimo mundial, sendo Estados Unidos e China seus principais usuários. Em 2024, a via teve receitas de quase 5 bilhões de dólares, reforçando sua importância econômica e geopolítica.